Fernanda Fahel, autora do blog
Sempre achei que tinha algo de errado com o formato padrão dos relacionamentos. Nunca consegui entender o motivo de tanta competição, tantas brigas e sofrimento amorosos. Afinal, se posso ter vários amigos, por que não vários amores e parceiros sexuais? Seria tão errado assim? Tão pecador querer dividir prazeres e emoções de forma mais livre? Com 15 anos perguntei às minhas amigas porque elas não se relacionavam mais abertamente e disse que ciúme não fazia o menor sentido. Elas, é claro, acharam minha idéia ridícula. Eu, por ser tão nova, achei que talvez estivesse mesmo errada e deixei meu questionamento de lado. Mais tarde, aos 20 anos, entrei em contato com um tal de Amor Livre. Descobri que havia livros, pesquisas, artigos e muitos grupos na internet que argumentam a favor das diferentes formas de amar. Minhas antigas idéias foram revitalizadas. Passei a entender que não se trata apenas de bom senso, mas de liberdade! Saúde emocional! Auto análise e revolução! Trata-se de entender que nenhuma verdade é suprema; tudo tem causa, portanto é preciso um estudo profundo das origens de nossos atos, em vez da aceitação estática dos resultados. Só assim, chegando até a raiz, cada indivíduo será capaz de recriar seus ideais conforme aquilo que lhe parecer mais apropriado ao momento. Afinal, a vida é feita de instancias. Nada permanece, senão o fluxo.
Por que, então, bloquear a maior lei da existência, a fluidez? Por que extraí-la da nossa maior motivação, o amor? Não faz sentido acorrentar a espontaneidade natural dos nossos sentimentos. Simplesmente não é saudável, além de que, dizem as pesquisas de campo, tem dado muito errado. Não há fórmulas prontas para o amor, não há leis regulamentadoras. É uma tremenda auto-injustiça deixar que o nosso passado histórico repressor reflita no julgamento comportamental que, hoje, fazemos de nós mesmos. Sejamos os criadores de nossas próprias vidas. Não há “jeito certo” de amar. Há o melhor jeito para você e para mim, no meu e no seu melhor momento. Repito, a vida é feita de fluxos! Portanto nenhuma verdade é suprema. Contanto que não empatemos o caminho de ninguém, somos livres para inventar os nossos próprios caminhos e mudá-los quando necessário.
Portanto, se um amor não empata o outro, não há razões para batalhar. E foi com vista nisso que criei este blog. Espero que aproveitem o conteúdo que aqui postarei. Meu intuito é mostrar que amar está acima de quaisquer normatividades ou restrições, que não as nossas próprias para com nós mesmos.
-Fernanda Fahel